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Atrasos no desenvolvimento infantil: o que significam

Atrasos no desenvolvimento infantil: o que significam

O que são atrasos no desenvolvimento infantil? Entenda como se manifestam e o que significam.

Atualizado a 14/11/2023
6 MINUTOS DE LEITURA
Atrasos no desenvolvimento infantil: o que significam

Em Pediatria, desenvolvimento infantil refere-se a um conjunto muito lato de competências que permite a cada criança interagir, aprender e explorar o meio ambiente, de forma a adaptar-se progressivamente melhor áquilo que a rodeia. A um atraso neste desenvolvimento não se pode atribuir, sempre, um diagnóstico.

Conheça melhor esta área específica da saúde infantil e como ela é desafiante.

O que se entende por desenvolvimento infantil?

Desenvolvimento infantil é um conceito alargado, que engloba o conjunto de competências que permitem a uma criança interagir, aprender e adaptar-se de forma adequada ao ambiente que a rodeia.

Estamos, neste caso, a usar o termo criança para nos referirmos à idade pediátrica, que atualmente é até aos 18 anos.

Fazem parte destas competências a motricidade global, a manipulação, a comunicação e a linguagem, as competências sensoriais como a visão, a audição. O tato e a capacidade para integrar, ou seja, dar sentido aos diferentes estímulos, competências cognitivas não verbais, as emoções.

Podemos falar de desenvolvimento infantil normal?

Podemos e devemos usar todas as palavras que permitam compreender todas as dúvidas e que nos permitam comunicar melhor com os pais e com os educadores das escolas.

Mas normal implica que então também existiria anormal. E estas duas palavras no conceito da diversidade humana, neste caso das crianças, fazem pouco sentido. Não existem duas crianças iguais. O caminho que cada criança faz, a sua trajetória de desenvolvimento, é única e ocorre a diferentes velocidades para as diferentes competências, de forma dinâmica e de acordo com o seu nível de maturidade neurológica e com o seu temperamento, os estímulos e as oportunidades que lhe são dadas para explorar e experimentar o meio que a rodeia.

Apesar disso, as aprendizagens devem ocorrer durante um determinado período de tempo. É imprescindível que assim seja porque qualquer que seja a competência de que estamos a falar, ocorre na sequência de uma aprendizagem anterior e constitui o alicerce de outras, numa relação complexa.

Então devemos falar de norma, ou seja, para uma determinada capacidade a maioria das crianças na mesma idade já adquiriu ou não.

E assim cai um mito de que não devemos comparar as crianças.

Quais são os sinais de alarme de desenvolvimento infantil?

Sempre que os pais tenham uma preocupação, mesmo que às vezes não encontrem as palavras certas para o fazer, devem partilhar com o pediatra ou médico assistente.

A procura de informação é importante, mas para ser feita corretamente é preciso saber selecionar a informação relevante, cientificamente relevante. Por isso também estas informações devem ser partilhadas com o médico para que possam ser validadas.

Por isto, esta é uma área muito desafiante, pela constante evolução dos conhecimentos científicos, pela complexa variabilidade das apresentações clínicas dos sintomas e pelas emoções envolvidas, que fazem tantas vezes encontrar justificações para a diferença fora da criança.

Usar a expressão ‘ser diferente’ ainda é um tabu

É verdade. Quando os nossos filhos são pequenos, temos medo da palavra diferente, porque diferente pode significar que existe um problema, o que até pode ser verdade.

Mas não nos podemos esquecer que as diferenças são o carisma da vida adulta. As características, tão difíceis de explicar que nos atraem na vida adulta.

Existe sempre um diagnóstico?

Nem sempre existe um diagnóstico.

Variabilidade ao longo da vida:

  1. O sucesso das intervenções e a variabilidade individual pode e deve modificar o perfil de desenvolvimento. Exemplo: atraso global de desenvolvimento – designação para idade pré-escolar.
  2. Às vezes, os sintomas ou características não estão completamente definidos, o que só vem a permitir um diagnóstico mais tarde. Exemplo: a Perturbação de hiperatividade e défice de atenção.
  3. Importante saber que uma característica de desenvolvimento só é considerada um sintoma que permita um diagnóstico se tiver repercussão funcional negativa. E um diagnóstico implica a existência de um conjunto alargado destes sintomas, que devem ocorrer num determinado padrão de associação.
  4. Por vezes, não se faz um diagnóstico formal, mas reconhecemos a existência de características que prejudicam a aprendizagem de uma sequência de desenvolvimento para a qual é necessária intervenção. Exemplo: Perturbações especificas da aprendizagem – Dislexia.

Existem sempre muitas preocupações com o rótulo/diagnóstico. O nome é importante?

O diagnóstico permite antecipar um percurso de desenvolvimento e com isso também antecipar um conjunto de cuidados de intervenção e otimizar o sucesso.

Um rotulo é uma utilização abusiva do diagnóstico, e com isto generalizar e usar como explicação para tudo. Não há duas crianças com autismo iguais, não há duas crianças com perturbação da linguagem iguais. O mesmo diagnóstico está associado a características que embora comuns, tem diferentes gravidades e associam-se e influenciam a vida da criança de formas muito diferentes.

Consulte o artigo “Atrasos no desenvolvimento infantil: o que significam” no site Hospital da Luz.

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