A gravidez é uma fase do ciclo da vida da mulher na qual surgem sempre muitas dúvidas e inseguranças, principalmente no que diz respeito à alimentação e nutrição. A cafeína, em particular, levanta sempre muitas questões relativamente à sua segurança quer para a mãe quer para o feto. Mas pode ou não consumir-se nesta fase?
O que é a cafeína
A cafeína é um componente natural presente em várias bebidas como o café, o chá, os refrigerantes, e alimentos como as sementes do cacau, para além de alguns suplementos alimentares de venda livre. Com efeitos no sistema nervoso central e no sistema endócrino, o seu consumo está associado à diminuição da sensação de cansaço e ao aumento dos níveis de alerta e atenção.
Durante a gravidez, pode atravessar a placenta e chegar facilmente ao feto. Para além disso, a capacidade da mãe em metabolizar a cafeína diminui. O consumo de elevadas doses de cafeína durante a gravidez foi associado a restrição do crescimento intrauterino, parto prematuro, aborto espontâneo e baixo peso ao nascer.
Cafeína na gravidez faz mal?
Posto isto, a mulher grávida pode ou não consumir cafeína durante a gravidez? A resposta a esta pergunta é: sim!
Segundo as recomendações atuais da Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar, a mulher grávida pode ingerir produtos com cafeína de forma moderada, isto é, até 200mg por dia — 200mg de cafeína equivale a 2 cafés expresso (1 café expresso curto tem cerca 104mg de cafeína e 1 café expresso cheio tem 125mg) ou a 5 chávenas de chá (1 chávena de chá tem cerca de 36mg de cafeína).
É, por isso, essencial que o consumo de bebidas ou alimentos com cafeína na gravidez seja feito de forma moderada, podendo fazer parte de um padrão alimentar saudável, sem prejudicar o bem-estar materno e o desenvolvimento e crescimento do feto.
Autoras: Joana C. Oliveira (nutricionista) e Maria Ana Kadosh (médica)