Fechar pesquisa
O desenvolvimento sensorial do bebé

O desenvolvimento sensorial do bebé

Descubra como o desenvolvimento sensorial do bebé se inicia dentro útero e se adapta ao mundo exterior, depois do nascimento.

Atualizado a 11/11/2022
5 MINUTOS DE LEITURA
O desenvolvimento sensorial do bebé

O desenvolvimento sensorial intrauterino

Sabia que as papilas gustativas do feto se começam a desenvolver às 8 semanas de gestação e que, entre as 13 e 15 semanas, já são semelhantes às de um adulto? Ou que o bebé já tem o sistema auditivo pronto às 20 semanas? O desenvolvimento sensorial do feto tem início poucas semanas depois da fecundação e, apesar das dificuldades em analisar diretamente, o contributo dos estudos realizados e das técnicas existentes permitem compreender a evolução da forma como o bebe vê e sente o ambiente que o rodeia ao longo da gestação.

 

O tato é um dos primeiros sentidos a desenvolver-se no feto, por volta das três semanas de gestação. Às 12 semanas, já sente e responde ao toque em todo o organismo, com exceção do topo da cabeça, com menor sensibilidade até ao nascimento.

 

Por volta das 24 semanas, outros órgãos dos sentidos começam a estar formados. É nesta altura que o feto começa a sentir o cheiro e o gosto do líquido amniótico. As primeiras papilas gustativas a serem educadas são as que sentem o doce: um bebé prematuro de 33 semanas também suga mais intensamente quando os mamilos da mãe estão doces.

 

Às 25 semanas, por exemplo, já com os olhos formados, o feto começa a ser sensível à luz. Por volta das 31 semanas, os pais podem fazer jogos simples com uma luz: basta apontá-la para a barriga da mãe para perceber como o bebé fica incomodado.

 

Apesar do sistema auditivo estar completamente desenvolvido às 20 semanas, só quase um mês depois é que os nervos que conduzem o som estão totalmente funcionais. O feto começa a conseguir reconhecer sons, como os batimentos cardíacos e a voz da mãe, tal como a voz do pai – a parede abdominal funciona como o filtro e os sons mais graves passam com mais facilidade.

Como o bem-estar da mãe influencia o feto

A forma como a mãe se sente durante a gravidez têm efeitos no bem-estar e no desenvolvimento do feto. Existem seis hormonas que influenciam a vida intra e extrauterina do ser humano: a seratonina, que regula o humor, promove o sono tranquilo, inibe a ura e regula o apetite, a oxitocina, que é libertada quando se estabelece uma relação importante entre pessoas, a neurotrofina, a hormona antidepressão, o cortisol, a adrenalina e a noradrenalina, sendo estas três hormonas libertadas em situações de stresse.

 

Tanto as “hormonas boas como as “hormonas más” vão passar para o feto e a memória da vivência pré-natal persiste no organismo, podendo ter consequências anos depois. O stresse, por exemplo, ao alterar o metabolismo de forma intensa, pode induzir alterações ou doenças metabólicas, bem como intensificar a tendência para engordar ou ser diabético.

A transição sensorial da realidade intrauterina para a vida extrauterina

O desenvolvimento sensorial intrauterino e a influência do exterior demonstram que o nascimento não elimina as experiências vividas nas cerca de 40 semanas anteriores – o nascimento é a continuação do crescimento do bebé.

 

Quando o bebé nasce, os órgãos não estão todos igualmente maduros. O tacto é dos primeiros sentidos que o recém-nascido coloca em alerta e, ao ser pegado ao colo, consegue sentir calma ou ansiedade dependendo da intensidade. O contacto pele com pele, feito nas primeiras horas de vida, é uma prática quase obrigatória e tem benefícios para a mãe, ao iniciar o processo de estreitamento de laços e acelera a produção de oxitocina que estimula a produção de leite materno, e para o bebé, que a identifica de imediato.

 

Os olhos do recém-nascido vêm quase totalmente amadurecidos. Apresenta uma visão nítida e policromática até 40-50 cm, com ligeira limitação periférica (campimetria até 170.º).

 

Nas primeiras horas de vida, o sistema auditivo vem totalmente desenvolvido, mas sem memória, pelo que os sons podem ser perturbadores para o bebé. À medida que está cá fora, o bebé vai tendo contacto e aumentando a sua base de dados de sons. Os sons que se assemelham aos que ouvia no útero são mais familiares, sendo comum os pais recorrerem aos chamados sons brancos, como um secador de cabelo, para acalmar e adormecer os filhos nos primeiros dias de vida.

 Saiba mais sobre De dentro para fora: como o bebé percebe o mundo” no site Lusíadas Saúde.

Hospital Lusíadas
Hospital Lusíadas
Grupo Lusíadas Saúde
Saber mais
Partilhar
Artigos relacionados