Os primeiros anos da criança são os mais importantes nos cuidados de podologia infantil, uma vez que é nesta altura que ocorre o desenvolvimento dos pés, e com maior vulnerabilidade, por serem mais frágeis e maleáveis.
É importante que o seu desenvolvimento aconteça de forma harmoniosa, diminuindo a probabilidade de patologias e deformações que poderão afetar toda a estrutura do corpo do bebé até à idade adulta.
As fases de desenvolvimento do pé
- Às 8 semanas de gestação: Os pés do feto começam a desenvolver-se.
- Até aos 5 anos da criança: A fase mais crucial – nas meninas, o crescimento médio é de dois milímetros/mês, nos meninos é de 1 milímetro/mês.
- Dos 5 anos à adolescência: O desenvolvimento dos pés é mais suave – nas raparigas, os pés atingem o tamanho adulto aos 12 anos e nos rapazes aos 15, podendo existir exceções.
Cuidados que os pais devem ter com os pés das crianças e os sapatos
1. Atenção ao peso
O excesso de peso cria uma pressão adicional nas pernas e nos pés, tornando-se uma causa frequente de algumas patologias e “falsos” pés planos.
2. Antes de a criança começar a andar
Não é recomendado o uso de calçado nesta fase, de forma a facilitar os movimentos dos pés e dos dedos do bebé.
3. Quando a criança começar a andar
É fundamental escolher um calçado adequado que proteja os pés da criança, assegurando o seu desenvolvimento natural. Sempre que possível, deixe o seu filho andar descalço, para estimular os sistemas muscular e nervoso, bem como o desenvolvimento cerebral.
Descubra algumas indicações sobre o calçado:
- Mude os sapatos da criança todos os dias;
- Prefira sapatos em pele, com contrafortes rígidos;
- Os sapatos devem ficar abaixo dos tornozelos;
- As solas devem ser maleáveis;
- Nos modelos com atacadores, garanta que estes estão bem apertados.
Quando se deve marcar a primeira consulta de podologia infantil?
Cerca de ano e meio após a criança começar a andar. Para acompanhar o desenvolvimento dos pés, também é recomendada uma consulta anual de rotina.
O podologista deve avaliar a evolução, bem como o nível de apoio em situação estática e de marcha.
Doenças que podem impactar o desenvolvimento dos pés das crianças
É preciso ter em conta a idade da criança, uma vez que, ao longo dos anos, podem existir alterações consideradas normais, nos pés e pernas das crianças. É crucial avaliar se os valores se integram nos parâmetros médios da idade. Estas são as patologias mais frequentes:
- Pés planos (ou pés rasos ou pés “chatos”): A planta do pé não tem curvatura, criando um maior esforço sobre outras articulações.
- Pés aductos: Andar com os pés para dentro.
- Pés valgos: Diminuição da curvatura interna do pé com os calcanhares desviados.
- Retropé valgo: A parte exterior da estrutura óssea do calcanhar é mais elevada.
- Joelhos em valgo: Joelhos para dentro e pés afastados.
- Dedos em infradução ou supradução: Dedos dos pés sobrepostos.
- Dismetria: Uma perna maior do que a outra.
- Anteversão femoral: Rotação do fémur para dentro, afetando o alinhamento da perna e do pé.
- Onicocriptose: Unhas encravadas.
- Verrugas.
- Escoliose: Deformação lateral da coluna.
- Dores de crescimento: Comuns em adolescentes e na prática de desporto.
Tratamento recomendado
O ideal é o uso de ortóteses plantares (as conhecidas palmilhas), ajustadas ao pé. Devem ser feitas por um podologista, garantindo um apoio correto e devidamente personalizado.
Consulte sempre um especialista de podologia infantil para acompanhar e orientar este processo.
Saiba mais sobre “cuidados com os pés das crianças” no site Lusíadas Saúde.