A cárie dentária infantil é a doença crónica mais frequente em crianças até aos seis anos de idade e pode desenvolver-se, logo a partir da erupção do primeiro dente.
Como surge a cárie dentária infantil?
É a partir de açúcares que as bactérias presentes na boca produzem ácidos que causam cárie dentária. Assim, esta doença causa defeitos como cavidades no esmalte dentário, a camada externa protetora dos dentes.
O aparecimento na cavidade oral de bactérias causadoras de cárie ocorre após o nascimento e é inevitável. Surgem, essencialmente, por transmissão através da mãe e, quanto mais cedo ocorrer, maior é o risco e mais rápida a evolução da doença.
Quais são os hábitos que favorecem o aparecimento de cáries nas crianças?
Os açúcares são o principal alimento destes microrganismos. O importante não é a quantidade de açúcares ingeridos, mas sim a sua consistência e a frequência de consumo.
Assim, hábitos que promovam um prolongado período de contacto entre açúcares, bactérias e dentes, propiciam o desenvolvimento de cárie dentária infantil.
Os exemplos mais comuns são:
- Tomar xaropes antes de adormecer;
- Dar biberão com leite ou líquidos açucarados imediatamente antes de deitar ou durante a noite;
- Colocar açúcar nas chupetas.
Como se podem prevenir complicações associadas à cárie dentária nas crianças?
Estes comportamentos associados a uma deficiente higiene oral são o maior fator de risco nas crianças.
A cárie precoce da infância manifesta-se por um padrão característico: lesões brancas (manchas ou linhas) de esmalte desmineralizado e quebradiço nos incisivos superiores e molares. Sem tratamento atempado, evoluem rapidamente para cavidades acastanhadas consideráveis.
As complicações da cárie precoce da infância podem ser tanto orais, quanto sistémicas:
- Dores de dentes, de garganta e de cabeça;
- Infeções respiratórias e digestivas;
- Perda prematura de dentes que causa alterações no desenvolvimento dos maxilares, da fala, do sono e alimentares;
- Perda de apetite e eventual malnutrição, devido à dificuldade de mastigação;
- Alterações do desenvolvimento físico e intelectual.
É assim, extremamente importante, o diagnóstico precoce e o tratamento da cárie dentária infantil.
Apesar da sua elevada frequência, a cárie precoce da infância pode ser prevenida e deve começar com a monitorização da saúde oral da mãe, desde o período pré-natal. Desta forma, minimiza-se a transmissão de bactérias cariogénicas e o seu risco de cárie.
As consultas de rotina em medicina dentária são recomendadas desde o 1º ano de idade e são a fonte ideal de informação e controlo sobre a saúde oral.
Nessas consultas faz-se, não somente uma avaliação do risco de cárie, como um aconselhamento dietético promotor de hábitos alimentares anticariogénicos.
Além disso, também se avalia a motivação para a correta higiene oral e faz-se a implementação direta de medidas preventivas, como a administração de fluoretos que reforçam e remineralizam a estrutura do esmalte dentário, aumentado a sua resistência à cárie.
O diagnóstico e tratamento precoces de eventuais lesões evitam complicações e promovem a saúde oral e o bem-estar da criança.
Saiba que:
- Os açúcares são o principal alimento das bactérias causadoras da cárie;
- A deficiente higiene oral é, também, um dos maiores fatores de risco;
- A queda prematura de dentes causa alterações no desenvolvimento dos maxilares e da fala, tornando a mastigação dolorosa, com perda de apetite e malnutrição.
Consulte o artigo “Cárie dentária nas crianças: como prevenir” no site Hospital da Luz.