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Cuidar da saúde mental perinatal

Cuidar da saúde mental perinatal

Ao longo do período perinatal, as alterações são muitas e o apoio na área da saúde mental pode ser fundamental.

Atualizado a 20/11/2023
4 MINUTOS DE LEITURA
Cuidar da saúde mental perinatal

Durante a fase pré-concecional, a gravidez e os primeiros meses depois do parto, há transformações significativas, a vários níveis, com múltiplos desafios e mudanças. Saber reconhecer os sinais e procurar ajuda profissional para cuidar da saúde mental perinatal pode fazer a diferença para o bem-estar da mulher, do seu filho, assim como do casal e da família em crescimento.

Todas as fases são importantes

 

  • Os meses prévios à conceção – o período periconcecional – são cruciais para a saúde reprodutiva. Há fatores de ordem emocional que desempenham um papel importante na fertilidade, podendo interferir com a capacidade de engravidar. Por seu lado, a dificuldade em conseguir uma gravidez desejada e planeada por questões de ordem física afeta negativamente a estabilidade emocional do casal.
  • Do ponto de vista biológico, a gravidez e o pós-parto expõem a mãe a diversas alterações hormonais que têm impacto a nível cerebral e podem influenciar a regulação do seu processamento emocional.
  • Também as alterações hormonais do pós-parto e a perceção dos sinais emocionais do bebé podem influenciar o processamento cognitivo e emocional da mãe, tornando-a mais vulnerável à ansiedade e à depressão.

Depressão e ansiedade

 

Estima-se que na gravidez os quadros depressivos tenham uma prevalência de 7%-25%; no pós-parto, a prevalência é de 10%-20%.

  • A depressão na gravidez está associada a:
    • Maior risco de complicações obstétricas;
    • Dificuldades na vinculação e no desenvolvimento do bebé.
  • A depressão pós-parto está associada a:
    • Alterações do comportamento da mãe;
    • Interferência na interação mãe-filho;
    • Problemas do desenvolvimento cognitivo e sócio-emocional da criança.

Os quadros ansiosos têm sido menos estudados no período perinatal, apesar da sua prevalência estimada de 20%.

  • Níveis elevados de ansiedade materna durante a gravidez estão associados a:
    • Complicações obstétricas;
    • Parto prematuro;
    • Baixo peso do bebé à nascença;
    • Problemas emocionais e comportamentais na infância e adolescência.
  • No pós-parto, a ansiedade materna tem sido associada a:
    • Aumento do recurso aos serviços de saúde;
    • Redução do período de amamentação, especialmente em mulheres primíparas (primeiro parto).

É importante salientar que existe uma alta taxa de comorbilidade entre ansiedade e depressão, tanto para a população em geral, quanto para as mulheres grávidas. Além disso, os sintomas de ansiedade são um fator de risco para o desenvolvimento de sintomas depressivos no pós-parto.

A importância da rede de apoio para a saúde mental perinatal

 

Um dos fatores que afeta o risco de apresentar sintomas de ansiedade e/ou depressão no período perinatal é o tipo de suporte que a mãe recebe durante esta fase e a capacidade de sua rede social de fornecer quer o apoio emocional necessário, quer um apoio nas questões práticas do dia a dia.

Durante a gravidez, níveis de apoio social mais elevados estão associados a uma diminuição da ansiedade, uma maior perceção de controlo e menores índices de depressão pós-parto.

Consulte o artigo “Cuidar da saúde mental perinatal” no site Hospital da Luz.

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