A alimentação nos primeiros anos de vida, e mesmo durante a gravidez, tem sido alvo de estudo devido ao impacto que tem na saúde das crianças. É, por isso, importante estar alerta para o seu papel enquanto modelo da alimentação dos seus filhos.
Os hábitos alimentares das crianças
Um estudo realizado em Portugal sobre o padrão e crescimento na infância (EPACI) revela que, aos 12 meses, 25% das crianças já provaram um refrigerante, aos 13 meses as sobremesas doces aparecem nas suas refeições, sendo que 50% introduziram estes sabores entre os 12 e 18 meses.
As crianças portuguesas entre um e três anos consomem mais do dobro de proteínas recomendadas, sobretudo devido ao consumo excessivo de leite de vaca. Em todo o mundo, 42 milhões de crianças com idades inferiores a cinco anos apresentam excesso de peso, e em Portugal este número ronda os 32% em crianças entre os 12 e 36 meses. Aos dez anos, uma criança obesa tem 80% de probabilidade de permanecer obesa em idade adulta.
O papel dos pais nos primeiros anos
A forma como iniciamos a alimentação nos primeiros anos de vida define os nossos hábitos alimentares enquanto adultos, sendo determinante para o risco de obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares.
Sabe-se que o papel dos pais é decisivo e que a educação alimentar em casa pode começar logo no início da diversificação alimentar com o treino do paladar. Algo que nem sempre é fácil, pois, muitas vezes, é preciso oferecer o mesmo alimento à criança várias vezes (aproximadamente dez) para esta “aprender” a gostar. Devem ser promovidas as refeições em família e os pais devem dar o exemplo no seu comportamento alimentar, uma vez as crianças aprendem por imitação.
Assim, perante estes dados, torna-se fundamental informar e procurar aconselhamento especializado com um nutricionista para que, juntamente com os pais, em trabalho de equipa, possam encontrar estratégias adequadas para a adoção de hábitos alimentares saudáveis.
Autoras: Ana Rita Lopes e Tânia Furtado
Nutricionistas Clínicas no Grupo Jerónimo Martins
